Eu trago nome de flor,
mas, sou mais picos do que rosa.
Neste silêncio de floresta queimada,
sou perigosa,
e, na surpresa da esperança,
a ilusão que os teus passos trazem
podia até fazer-me mal.
Gosta de mim à distância,
que é a maneira de não te magoares.
A minha vida é uma sucessão de becos
que venço porque me mato por dentro,
uma cadeia de revezes
toda enfeitada de espinhos.
Gosta de mim sem proximidade,
que a minha sanidade está por um fio.
Se me penso na curva quieta de rio,
onde a água canta nas pedras
e os torvelinhos se acalmam,
baixo a guarda. Logo desperto,
para dar comigo, outra vez, perdida de mim,
no deserto.
Gosta de mim, de aí, lugar a salvo,
para lá deste muro de marfim,
não vá eu cair na asneira de sentir
que chegou a minha hora de abrir
janelas Para a Alma,
e ser feliz.
Poema tirado daqui. Pela empatia. Agradecida.
Sem comentários:
Enviar um comentário