domingo, 24 de julho de 2011

GOSTA DE MIM


Gosta de mim, de aí, de longe
Eu trago nome de flor,
mas, sou mais picos do que rosa.
Neste silêncio de floresta queimada,
sou perigosa,
e, na surpresa da esperança,
a ilusão que os teus passos trazem
podia até fazer-me mal.

Gosta de mim à distância,
que é a maneira de não te magoares.
A minha vida é uma sucessão de becos
que venço porque me mato por dentro,
uma cadeia de revezes
toda enfeitada de espinhos.

Gosta de mim sem proximidade,
que a minha sanidade está por um fio.
Se me penso na curva quieta de rio,
onde a água canta nas pedras
e os torvelinhos se acalmam,
baixo a guarda. Logo desperto,
para dar comigo, outra vez, perdida de mim,
no deserto.

Gosta de mim, de aí, lugar a salvo,
para lá deste muro de marfim,
não vá eu cair na asneira de sentir
que chegou a minha hora de abrir
janelas Para a Alma,
e ser feliz.


Poema tirado daqui. Pela empatia. Agradecida.


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