
A multidão em fúria passeia placidamente nas ruas da cidade, 
de mente plácida,
plácidamente,
plácidamente,
enquanto os homens que orientam placidamente a multidão em fúria 
que placidamente passeia nas ruas da cidade, 
procuram furiosamenteas soluções plácidas 
que orientarão a multidão em fúria 
que, placidamente, passeia nas ruas da cidade, 
de mente plácida, 
plácida mente, 
e os sábios buscam furiosamenteas fórmulas plácidas
que, placidamente,
que, placidamente,
resolverão as dificuldades da multidão em fúria 
que passeia nas ruas da cidade 
de mente plácida,
plácidamente,
e todos, todos em suma placidamente 
procuram furiosamente, de todas as formas plácidas, 
atender às inquietações e aos anseios plácidos
da multidão em fúria que,
da multidão em fúria que,
placidamente, 
passeia nas ruas da cidade, 
e placidamente se assenta nos plácidos bancos das avenidas,
bebendo o ar plácido da noite, e esperando, 
placidamente,
as soluções plácidas para os seus anseios e inquietações furiosas. 
Poema da noite plácida, António Gedeão
Galatea of the Spheres, Salvador Dali, 1952 (Imagem buscada na Net) 
 
1 comentário:
Sábio o autor e actual, somos um povo de "plácidos costumes"
Muito bem, gostei muito.
O blog é muito interessante.
bjs da avó guida
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