sexta-feira, 27 de abril de 2012

Meu País Desgraçado


Serra da Arrábida

Meu país desgraçado!... 
E no entanto há Sol a cada canto
 e não há Mar tão lindo noutro lado. 
Nem há Céu mais alegre do que o nosso, 
 nem pássaros, nem águas ... 

Meu país desgraçado!... 
Por que fatal engano? 
Que malévolos crimes 
teus direitos de berço violaram? 


Meu Povo 
de cabeça pendida, 
mãos caídas, de olhos sem fé 
 — busca, dentro de ti, fora de ti, 
aonde a causa da miséria se te esconde. 


E em nome dos direitos 
que te deram a terra, o Sol, o Mar, 
fere-a sem dó 
com o lume do teu antigo olhar. 


Alevanta-te, Povo! 
Ah!, visses tu, nos olhos das mulheres, 
a calada censura 
que te reclama filhos mais robustos! 


Povo anêmico e triste, 
meu Pedro Sem sem forças, sem haveres!
— olha a censura muda das mulheres!
Vai-te de novo ao Mar! 
Reganha tuas barcas, tuas forças 
e o direito de amar e fecundar 
as que só por Amor te não desprezam!

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