terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A Raposa e o Principezinho



.../ «Foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia - disse a raposa.
- Bom dia - respondeu o principezinho com delicadeza. Mas ao voltar-se não viu ninguém.
- Estou aqui - disse a voz -, debaixo da macieira…
- Quem és tu? - disse o principezinho. - És bem bonita…
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Anda brincar comigo - propôs-lhe o principezinho. - Estou tão triste…
- Não posso brincar contigo - disse a raposa. - Ainda ninguém me cativou.
- Ah! perdão - disse o principezinho.
Mas, depois de ter reflectido, acrescentou: 
- Que significa “cativar”?
- Tu não deves ser daqui - disse a raposa. 
- Que procuras?
- Procuro os homens - disse o principezinho. 
- Que significa “cativar”?
- Os homens - disse a raposa - têm espingardas e caçam. É uma maçada! Também criam galinhas. É o único interesse que lhes acho. Andas à procura de galinhas?
- Não - disse o principezinho. - Ando à procura de amigos. Que significa “cativar”?
- É uma coisa de que toda a gente se esqueceu - disse a raposa. - Significa “criar laços…
- Criar laços? -
Isso mesmo - disse a raposa. - Para mim, não passas, por enquanto, de um rapazinho em tudo igual a cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu não precisas de mim. Para ti. não passo de uma raposa igual a cem mil raposas. Mas, se me cativares, precisaremos um do outro. Serás para mim único no mundo. Serei única no mundo para ti…
- Começo a compreender - disse o principezinho. - Existe uma flor, creio que ela me cativou.
- É possível - disse a raposa. - Vê-se de tudo à superfície da Terra…». 


In: O Principezinho

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