sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Poema Oração ao Tempo

Quadro de Columbano Bordalo Pinheiro, em exposição num centro comercial, em Lisboa
Retirei o verso «Tempo, tempo, tempo, tempo», repetido em cada dois. Faz sentido, para entender melhor o que o poeta canta? Ao lê-lo, fez. Entendi-o melhor.
Agarro nas palavras do poeta e faço com elas um pedido ao deus Tempo: Peço-te o prazer legítimo / E o movimento preciso / Quando o tempo for propício. De modo que o meu espírito / Ganhe um brilho definido / E eu espalhe benefícios.
Que pedido lindo e inofensivo!

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Vou te fazer um pedido.
Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Entro num acordo contigo.
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
És um dos deuses mais lindos.
Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Ouve bem o que te digo.
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Quando o tempo for propício.
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
E eu espalhe benefícios.
O que usaremos pra isso
Fica guardado em sigilo
Apenas contigo e comigo.
E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Não serei nem terás sido.
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Num outro nível de vínculo.
Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Nas rimas do meu estilo.

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