
Outono. Já chegas-te! Cá estou, para te abraçar.
Sinto-me afortunada. És idêntico ao meu Eu.
Saímos da cidade, em quietação.
Saímos da cidade, em quietação.
Para te honrar na Serra.
Lá, onde o ar é mais apropriado,
Irei cumprimentar-te.
És tranquilo, Outono.
Fazes-me bem.
Preciso do ti para me recolher.
Nas manhãs lavadas com cheiro a terra,
o Sol pede licença para nascer ...
Vai perdendo o seu fulgor, e acanha-se.
À tarde, os seus raios pincelam a paisagem de neblina,
Em tons suaves.
É então que me ponho serra acima, ou serra abaixo.
Dou pela fuga dos últimos pássaros, para terras mais quentes.
Vou saboreando a brisa suave que dança,
por entre os pinheiros, os castanheiros, os carvalhos.
As folhas, essas despedem-se dos seus ramos e uma a uma,
no seu caminho final e possível, encontram o chão, poisam na terra.
no seu caminho final e possível, encontram o chão, poisam na terra.
E vão ser alimento, vão dar vida.
Esse chão por onde caminho,
essa terra que eu piso,
essas folhas que eu levanto ao caminhar,
mostram-me a insustentável verdade,
a minha verdade, a verdade de todos os seres vivos:
Somos crepúsculo outonal.
Sentada numa pedra,
observo-me na água que corre no riacho, na barroca.
Uma imagem ondulada é o que vejo:
Outonal, tranquila, viva.
Que bela sou nos cambiantes da partida.
Que matizes estou a ser, no meu crepúsculo outonal.
E das vozes que ouço na altura
entendo que me falam da vida e da morte.
E não me anseio, compreendo.
No Outono, é mais fácil eu compreender.
2 comentários:
Parabéns Guidinha
Bela alegoria à mais bela estação do ano, o Outono, quando a natureza se prepara para adormecer no Inverno e renascer de novo na Primavera com todo o seu explendor
Olá Amiga!!!
Vim ver este teu cantinho tambem.
Parabens lindo blog.
Desejo a vc que seu fim de semana seja
Maravilhoso...bjuss
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